Qual seria o significado do arco-íris na Bíblia? O arco-íris significa que Deus não destruirá mais o mundo com água, com um dilúvio, como aconteceu na história de Noé e a arca.
Sabemos que a maldade da raça humana fez com que Deus tomasse uma medida drástica, destruindo tudo em um grande dilúvio e começando tudo novamente.
E ao invés de fazer uma criatura nova a partir de materiais inertes, como fez com Adão, Deus salvaria uma família, e dela repopularia o mundo.
“E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, Desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.” Gênesis 6:7
E como Deus escolheria uma família que valeria a pena ser poupada, em meio a tanta corrupção? O Gênesis afirma, sem problemas, que Noé alcançou o favor do Senhor:
“Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” Gênesis 6:8
E logo no próximo verso, o motivo desta escolha é explicado:
“Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.” Gênesis 6:9
A narrativa bíblica é bem diferente das histórias encontradas na literatura primitiva do oriente médio.
Naqueles contos míticos, um homem também é salvo quando os deuses decidem exterminar a raça humana, mas nenhum motivo é apresentado. Não há nenhuma condição moral envolvida.
Apenas é dito que um dos deuses resolve salvar o seu humano favorito. E também não há nenhuma causa moral para se trazer o dilúvio.
Em um épico acadiano, nós lemos que a razão para o dilúvio foi que o “deus enlil” se sentiu incomodado com o barulho que os seres humanos faziam na terra.
Mas o Gênesis nos informa que o mundo foi destruído por causa da corrupção moral, desrespeito às leis básicas de uma sociedade e por causa da violência. E Noé foi salvo porque:
“tenho visto que és justo diante de mim nesta geração” Gênesis 7:1.
A importância de Noé é inquestionável. Ele desempenha o papel principal na história bíblica do dilúvio. Há dez gerações de Adão até Noé, e outras dez gerações de Noé até Abraão.
Seu nome – נֹחַ Noach – vem da raiz לָנוּחַ lanuach, “repousar”.
Isto tem um nível profundo de conexão com o dilúvio, uma vez que ao final de cento e cinquenta dias:
“a arca repousou [וַתָּנַח vatanach] no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate”. Gênesis 8:4.
A Bíblia dá a sua própria interpretação para o nome de Noé, o derivando de I’nahem, “consolar”, “expressar condolências”:
“Este nos consolará [יְנַחֲמֵנוּ y’nahamenu] acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou” Gênesis 5:29.
Noé se torna em uma espécie de segundo Adão, do qual toda a humanidade viria a descender.
Através dele, também, a maldição que o pecado de Adão trouxe ao mundo seria mitigada, por causa do sacrifício que um de seus descendentes faria no calvário, milênios depois do dilúvio.
Uma das perguntas mais perplexas que podemos fazer é sobre a natureza da maldade humana. Este assunto está presente no coração de toda a escritura sagrada, e vem sendo discutida desde o princípio do mundo.
O Gênesis nos mostra que os seres humanos são naturalmente imperfeitos, e que a origem de sua imperfeição se revelou pela desobediência de Adão e Eva no Éden.
Também podemos ver essa imperfeição por meio da vida de Caim, que não foi capaz de resistir ao pecado que “estava à porta”, mesmo ele sendo avisado de que “sobre ele deveria dominar”.
E agora, na geração do dilúvio, se manifesta não mais individualmente, mas contamina toda uma civilização.
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” Gênesis 6:5.
O mal se espalha de forma universal, e a corrupção daquela sociedade foi de uma grandeza tal que a Torá faz uma de suas afirmações mais dramáticas:
“A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” Gênesis 6:11-12.
Ao invés de haver uma evolução, onde a sociedade seria mais justa, onde a justiça social reinaria, toda a civilização se enche de violência, criando um mundo onde a busca pelo que era errado afeta todas as instituições humanas.
Este não era o mundo que Deus tinha a intenção de criar.
A história do dilúvio foi amplamente contada nas mitologias no antigo Oriente Médio (inclusive na história dos nefilins), mas em nenhuma delas havia qualquer indicação de que a destruição foi trazida por causa da corrupção moral e da violência dos seres humanos.
A verdade, porém, é que toda a carne se corrompeu e sucumbiu ao pecado.
E a justiça divina traz um grande dilúvio à terra, destruindo o mal e a maldade humana, para um novo recomeço. Mas infelizmente os descendentes de Noé, na torre de Babel, não se provam muito melhores do que os de Adão.
Deus já sabia deste fato de que “toda imaginação do homem era má desde a sua meninice”. Depois que as águas do dilúvio secaram, YHWH – Yahveh – o Deus de misericórdia declara:
“e o Senhor[יְהוָה YHVH ou Yahveh] disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem;
porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz” Gênesis 8:21.
E Deus estabelece uma nova aliança com Noé e seus filhos, de que não tornaria mais a trazer tamanha destruição ao mundo novamente, e como símbolo desta aliança Ele estabelece o seu arco nas nuvens do céu.
“E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra. E disse Deus:
Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra” Gênesis 9:11-13.
A palavra em hebraico para arco-íris é קַשְׁתִּי “keshet”. Interessantemente, a palavra Keshet, além de arco-íris, também significa arco apenas. É bem fácil ver que a conexão da palavra arco em português e em hebraico é a mesma.
Os hebreus antigos se referiam ao arco-íris como um arco (um instrumento de guerra), usando a mesma palavra, tanto para o arco-íris como para o armamento arco e flecha.
Interessante também notar que a curvatura do arco de guerra mostra a direção para o qual ele aponta a sua flecha.
Mas voltando para o Gênesis, Deus estabeleceu o seu arco nas nuvens para mostrar que não mais destruiria a terra por causa do homem.
E se Deus não destruiria mais o mundo por causa dos pecados do homem, isso queria dizer que Ele passaria então a tolerar a maldade humana? A resposta fundamental é NÃO!
Como Noé [repousar, consolar], o nosso consolo e repouso é representado pelo símbolo à semelhança de uma arma feita para derramar sangue, que agora, visto da perspectiva da terra, apontava em direção ao céu.
Era o arco de guerra de Deus em um local onde todos podiam ver.
Deus agora aponta para si mesmo uma flecha afiada, que viajou durante séculos, e que foi encravada na sua carne enquanto estava pendurado no madeiro, fazendo com que saísse sangue e água do seu corpo.
Sangue para a purificação dos pecados e água para a lavagem da maldade humana.
“Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” João 19:34
“E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.” João 19:37
Deus não mais castigaria a humanidade por seus próprios erros, mas faria com que esse castigo e essa maldição recaísse sobre os céus, sobre Ele mesmo, pois na cruz era Deus (o Pai) castigando Deus (Jesus) para salvar o ser humano de suas maldades.
Essa é a verdade monumental que Noé, o dilúvio e o significado do arco-íris na Bíblia nos ensinam.
Que Deus na sua infinita misericórdia aponta para si mesmo a punição pelos pecados do mundo, que deveria cair sobre todos nós, mas graças a Deus que o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele.
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Isaías 53:5
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Como é bom aprender a palavra de Deus, meus parabéns pelas postagens, na qual nos ajuda a entender sempre mais.
Na palavra de Deus, tem somente
" arco" o ( íris , era um deus da idolatria). Tenhamos sabedoria.
Não tem nada a ver o termo arco-íris com idolatria, puro fanatismo seu. O termo original, em hebraico, é o substantivo קשת Késhet. Segundo o dicionário James Strong, significa "arco-íris". O estudo está corretíssimo!